domingo, 5 de fevereiro de 2012

Porquê devemos dar ouvidos à Alemanha

Criou-se um mito, falso aliás, como o refere um dos "gurus" do Keynesianismo o Paul Krugman, professor de Princeton e Nobel da economia que se o estado em vez de pregar a austeridade começar a endividar-se para injectar dinheiro a rodos na economia a mesma irá invariavelmente crescer e que esta é a única solução, chamando inclusivamente de estúpido a quem tiver a ousadia de contrapor esta teoria !

O que por essa blogosfera fora tem sido pregado, pressupõe que a austeridade falha como solução para reequilibrar a economia, e que ao invés disso, o governo deveria endividar-se para artificialmente fazer crescer a mesma, como ? Fazendo obra (TGV's aeroporto de Alcochete, novo travessia sobre o Tejo, etc.). Essa foi a política do socratismo que invariavelmente nos trouxe aqui, porquê ? Porque quando a nossa dívida se tornou impossível de financiar os juros dispararam e aí tivemos de recorrer ao exterior. A austeridade é dura e custa a todos, sim, mas é a única solução para resolver o problema de vez, devolvendo o país à economia real e isso é o que uma boa percentagem da população parece que se recusa a aceitar.

Quando a economia se degrada a solução é simples, o governo tem de gastar menos. Os governos não são produtivos, os governos retiram recursos ao sector produtivo sob a forma de impostos e redistribuem os mesmos, e normalmente de uma forma má e porque não dizê-lo, de uma forma corrupta, beneficiando clientelas que se alimentam do corporativismo que orbita em torno do orçamento de estado.

Se o governo não cria mais valias, apenas redistribui o dinheiro e mal, porque carga de água queremos que o governo, durante uma recessão económica como aquela em que vivemos gaste ainda mais dinheiro ? Para o fazer o governo ou se endivida a juros altíssimos ou aumenta brutalmente os impostos a quem ainda tem algum dinheiro ou seja, a quem trabalha, impedindo que esse dinheiro seja utilizado por exemplo, na indústria para melhorar as suas condições de competitividade, criando emprego e auxiliando a economia a encontrar um ponto de equilíbrio.

O problema que temos hoje é precisamente a dificuldade em aceder ao crédito externo para financiar a nossa economia, pensar que aumentar impostos, mesmo que seja aos muito ricos, vai resolver os problemas não faz sentido nenhum, até porque está sempre latente a lógica da distribuição. Se o governo tirar dinheiro ao José que é rico e o der ao João que é pobre não aumenta o crescimento económico do país, apenas prejudica o José para beneficiar o João, pior, vai fazer com que o José procure ser contribuinte num  pais fiscalmente mais agradável permitindo que o dinheiro abandone o país pela via da extorsão fiscal. Estas medidas servem apenas para aumentar a popularidade dos políticos, no entanto não corrigem os problemas que temos a nível macroeconómico, o que nós necessitamos é que tanto o José como o João criem riqueza, o José com investimento e o João com trabalho, de preferência na exportação, permitindo a que o país compre menos do que aquilo que vende criando o que de verdade resolve o nosso problema, ou seja, um saldo positivo !

Moral da história, o estado andou anos a gastar o que não podia e isto tem de acabar; o estado tem de cortar e muito, e a economia tem de crescer pelo lado do sector privado, o qual, mesmo neste pântano financeiro tem conseguido por incrível que pareça aumentar as suas exportações.

Os privados já provaram que são muito mais competentes a gerir que o estado e as clientelas corporativas do costume, com poucos recursos criam riqueza e emprego; está na hora de começar a cortar despesa, baixar os impostos e deixar as coisas funcionar; quem vive do estado e dos partidos que se lance à iniciativa privada e que nos alivie os bolsos. Está na hora de experimentarmos um estado verdadeiramente liberal !

3 comentários:

  1. Caro Nuno - convindo sempre frisar que há anos pagamos impostos (por defenição um tributo dos cidadãos para realizações do interesse comum) para custear o Estado nos seus desvarios despesistas.
    Ou seja, o Estado é pródigo, endividado, falido, e nós (supostamente os destinatários do Estado Social) pagamos do nosso bolso o seu desatino.

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  2. mas olhe que o liberalismo selvagem, nao funciona, viu o que aconteceu na argentina, e o fmi tem tido mais fracassos que sucesso, é preciso ter cuidado com esse tipo de liberalismo, pois so deixa os pobres mais pobres e os ricos mais ricos, e so não vê quem nao quer, o governo de socrates foi tudo menos socialista aquilo foi so encher o cu aos privados com obras publicas e PPPs depois vem para a tv a dizer que os portugueses viveram acima das suas possibilidades, quando eles aproveitaram as negociatas, bpns e companhia, agora nao vale a pena baixarmos os salarios, pois nao conseguimos competir com os asiaticos, e eles tem os custos de produçao ( electricidade, combustiveis) mais baixos que os nossos, e mesmo se voltassemos ao escudo a moeda deles é muitissimo inferior, hoje a competitividade faz-se atraves da tecnologia, a agricultura de enchada ja passou á história, e reduzir salarios nao resolve nada, pois numa economia de mercado é desastroso, tem é de se reduzir o custo de produção, se o socretino em vez das estradas, investisse em tecnologia para a pesca e agricultura, estariamos muito melhor, pois estavamos a apostar na nossa industria, no nosso tecido produtivo, e nao so a exportar mais como tambem a consumir mais o que é nosso.

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