sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Coisas boas em Itália : Jazz

Fim de semana, Serra da Estrela, cosa fare ?

Nu jazz italiano, sicuramente una buona scelta :

Estes


Ou estes


Ou então os dois juntos


Está oficialmente encerrado o blogue para fim de semana em sabática !

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Esquizofrenia ortográfica

Depois de Vasco Graça Moura ter suspendido o acordo ortográfico no centro cultural de Belém, eis que a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa lhe segue o exemplo num acto não só de coragem mas de afronta à estupidez humana no seu nível mais básico que de uma forma autista e ignorando toda a cátedra; personalizada pela politiquice de pechisbeque que caracteriza a nossa fauna, tentou de uma forma gratuita deformar a nossa língua.


A nobreza do acto tem múltiplas razões que o justificam; o próprio VGM enumera as mesmas aqui; aqui continua a ser desmontado o ridículo do abestalhado acordo; as pessoas já não sabem como hão-de escrever como foi focado aqui e aqui; e até do Brasil nos chega o feed-back do inepto acordo :


Soa a familiar ?

Se isto vai chegar a bom porto ? Não sei mas é bom que nos tempos que correm, alguém vá tendo a coragem de contrariar o estado de bovinidade a que vamos chegando dia após dia...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O milagre socialista americano


A reserva federal americana (FED) quer (caso os americanos não ganhem juízo e não ponham o sr Obama na rua) desvalorizar o dolar em 33% nos próximos 20 anos !

Como, pela via da inflação pois claro, vão-se aumentando os preços às coisas e já agora diminuindo os salários aos americanos !

É que o milagre do santo Obama da diminuição do desemprego está a ser feito por baixo, ou seja, diminuem os empregos da classe média e aumentam os empregos pouco especializados e mal pagos; enganando a estatística.

Se por um lado desce o desemprego, por outro desce o salário nominal ou seja o valor do salário em função do poder de compra.

E porquê ? Porque assim não têm de aplicar a austeridade como fazemos nós ou seja, em vez de corrigir o problema diminuindo a dívida, empobrecem os americanos a longo prazo para favorecer as exportações pela via da desvalorização da moeda.

Todos criticam a austeridade na Europa e pregam os milagres Keynesianos do santo Obama, no fim o panorama é este, em 20 anos os preços com este ritmo, estarão 50% mais elevados para os americanos em relação aos seus salários, comparando o cenário daqui a 20 anos ao tempo actual.

Milagres desses, não muito obrigado. Cada vez mais me convenço que os Alemães vão sendo dos poucos que ainda percebem de economia no meio desta maralha toda !

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Porquê devemos dar ouvidos à Alemanha

Criou-se um mito, falso aliás, como o refere um dos "gurus" do Keynesianismo o Paul Krugman, professor de Princeton e Nobel da economia que se o estado em vez de pregar a austeridade começar a endividar-se para injectar dinheiro a rodos na economia a mesma irá invariavelmente crescer e que esta é a única solução, chamando inclusivamente de estúpido a quem tiver a ousadia de contrapor esta teoria !

O que por essa blogosfera fora tem sido pregado, pressupõe que a austeridade falha como solução para reequilibrar a economia, e que ao invés disso, o governo deveria endividar-se para artificialmente fazer crescer a mesma, como ? Fazendo obra (TGV's aeroporto de Alcochete, novo travessia sobre o Tejo, etc.). Essa foi a política do socratismo que invariavelmente nos trouxe aqui, porquê ? Porque quando a nossa dívida se tornou impossível de financiar os juros dispararam e aí tivemos de recorrer ao exterior. A austeridade é dura e custa a todos, sim, mas é a única solução para resolver o problema de vez, devolvendo o país à economia real e isso é o que uma boa percentagem da população parece que se recusa a aceitar.

Quando a economia se degrada a solução é simples, o governo tem de gastar menos. Os governos não são produtivos, os governos retiram recursos ao sector produtivo sob a forma de impostos e redistribuem os mesmos, e normalmente de uma forma má e porque não dizê-lo, de uma forma corrupta, beneficiando clientelas que se alimentam do corporativismo que orbita em torno do orçamento de estado.

Se o governo não cria mais valias, apenas redistribui o dinheiro e mal, porque carga de água queremos que o governo, durante uma recessão económica como aquela em que vivemos gaste ainda mais dinheiro ? Para o fazer o governo ou se endivida a juros altíssimos ou aumenta brutalmente os impostos a quem ainda tem algum dinheiro ou seja, a quem trabalha, impedindo que esse dinheiro seja utilizado por exemplo, na indústria para melhorar as suas condições de competitividade, criando emprego e auxiliando a economia a encontrar um ponto de equilíbrio.

O problema que temos hoje é precisamente a dificuldade em aceder ao crédito externo para financiar a nossa economia, pensar que aumentar impostos, mesmo que seja aos muito ricos, vai resolver os problemas não faz sentido nenhum, até porque está sempre latente a lógica da distribuição. Se o governo tirar dinheiro ao José que é rico e o der ao João que é pobre não aumenta o crescimento económico do país, apenas prejudica o José para beneficiar o João, pior, vai fazer com que o José procure ser contribuinte num  pais fiscalmente mais agradável permitindo que o dinheiro abandone o país pela via da extorsão fiscal. Estas medidas servem apenas para aumentar a popularidade dos políticos, no entanto não corrigem os problemas que temos a nível macroeconómico, o que nós necessitamos é que tanto o José como o João criem riqueza, o José com investimento e o João com trabalho, de preferência na exportação, permitindo a que o país compre menos do que aquilo que vende criando o que de verdade resolve o nosso problema, ou seja, um saldo positivo !

Moral da história, o estado andou anos a gastar o que não podia e isto tem de acabar; o estado tem de cortar e muito, e a economia tem de crescer pelo lado do sector privado, o qual, mesmo neste pântano financeiro tem conseguido por incrível que pareça aumentar as suas exportações.

Os privados já provaram que são muito mais competentes a gerir que o estado e as clientelas corporativas do costume, com poucos recursos criam riqueza e emprego; está na hora de começar a cortar despesa, baixar os impostos e deixar as coisas funcionar; quem vive do estado e dos partidos que se lance à iniciativa privada e que nos alivie os bolsos. Está na hora de experimentarmos um estado verdadeiramente liberal !

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Relatos de fim de ciclo - Parte II : Como chegamos aqui ?





Aqui, iniciei um pequeno exercício sobre o situacionismo actual e sobre o que dele penso.

Nesta segunda parte do artigo tentarei explorar como aqui chegou Portugal..

Durante alguns anos, vivemos sob a alçada do guarda-chuva dourado que foi a zona Euro. A moeda forte à sombra da qual relaxadamente ignoramos todos os sinais do que se avizinhavam parecia imune a tudo. Desde os tempos áureos do cavaquismo se construíram neste país à beira mar plantado inúmeras auto-estradas, escolas, universidades, hospitais, subiram-se salários, pensões; estávamos a entrar finalmente no fim da ressaca do 25 de Abril e a colher frutos da tão almejada democracia ocidental pela qual já berrávamos desde os tempos talvez de Fontes Pereira de Melo. Foi precisamente nesse período, na regeneração portuguesa no terceiro quarto do sec. XIX que Portugal depois de viver sob o jugo do absolutismo, seguido pelo domínio Inglês, seguido de duas guerras civis; finalmente respirava o doce ar do progresso, alavancado em obras públicas, o que hoje se chama de mais ou menos "keynesianismo".

Curiosamente (ou talvez não), para que esse progresso fosse atingido, a coroa portuguesa contraiu dívida, em particular junto do seu velho aliado inglês, dívida essa que atingindo a sua maturidade não foi possível pagar atingindo literal e oficialmente a bancarrota em 1891.

Mais de 30 anos de investimento público e economia intervencionada pelo estado, levam-nos hoje a uma situação idêntica; o tal guarda-chuva dourado da zona Euro não resistiu à pressão da crise do subprime americana que levaria à quebra da economia mundial em 2008 com a falência do gigante Lehman Brothers e com a nacionalização de alguma banca do crédito hipotecário americana.

Pela primeira vez na história, ser da zona Euro já não bastava para se ter credibilidade nos mercados de investidores, a solvabilidade dos países começou a ser levada em conta, até porque o eixo franco-alemão, começou a exigir dos seus congéneres Europeus rigor nas contas, coisa que para Portugal tinha sido completamente estranha em particular nos ruinosos anos de governação socrática !

Portugal, que nos anos áureos do "keynesianismo" cavaquista até tinha conseguido atrair algum investimento exterior (a Autoeuropa será o seu exemplo mais feliz), acreditou que os anos dourados durariam para sempre, e nos anos do guterrismo foi pródigo em fazer crescer substancialmente o estado social, criando despesa a um ritmo que o PIB não conseguia acompanhar, sem que isso fosse acompanhado por um crescimento sustentado da economia, ou seja, o ciclo começou a inverter. Foi nos anos 90 que a Europa abriu as suas fronteiras a leste, a vantagem da mão-de-obra barata portuguesa gradualmente começou a desaparecer não só vitima dos preços mais baratos a leste como também duma gradual deslocalização da máquina produtiva ocidental para os países asiáticos.

Portugal dessa forma, começou a tornar-se caro para produzir, perdendo assim gradualmente o investimento exterior, para piorar as coisas foi pródigo em investimentos de utilidade duvidosa como as várias PPP's, auto-estradas, estádios de futebol, aeroporto de Beja, etc.que geraram uma dívida que hoje nos custa a pagar só em juros cerca de 8.000 M€ !!!!!!

Somando isso ao aumento do preço do petróleo, e ao investimento ruinoso em eólicas, energia que para ser viável tem de ser subsidiada pelo estado, Portugal atingiu um ponto de roptura onde foi necessária intervenção externa por parte da UE, BCE e FMI, a famosa Troika !

Resta-nos corrigir os gastos insustentáveis do passado controlando a dívida e reformando a estrutura do estado, baixando os salários nominais; e fazer crescer a economia, para paulatinamente reverter o ciclo negativo em que estamos, reconquistando a confiança dos mercados.

No fim disso tudo, temos também de ser sibilinos e esperar um milagre, ou seja, que a UE e o BCE ou nos troquem os nosso títulos de dívida de qualidade duvidosa e que pagam juros altíssimos por títulos de dívida Europeus (Eurobonds), ou que injectem liquidez no mercado para fazer crescer a indústria exportadora; e resta-nos esperar que isso traga confiança aos mercados, de forma a que os mesmos nos aliviem os juros, libertando-nos das amarras da Troika e dando-nos a autonomia suficiente para voltarmos a ser um país credível no plano financeiro mundial.

CONTINUA...